O Observador

"Você é parte do Todo, e o Todo em parte.  O Todo se dispôs a trabalhar em sua singular existência por uma boa razão, você é amado e sempre será, pois a sua conexão com o Todo traz toda a magnífica experiência do seu ser, que é única.

Se convencer de "ser perdido", "ser um estranho", "ser infeliz", "ser sozinho", é como ignorar o fato de que você é parte do Todo, é mentir para si mesmo e se manter em uma caixa de limitação criada pela mente.

Você não é a sua mente.

Você é o Observador dormente atrás da narrativa interna, esperando para voltar a estar consciente de si mesmo, de sua real natureza."   


 CRENÇAS LIMITANTES

Quando você percebe que não adianta continuar buscando transformar suas crenças disfuncionais, porque elas apenas reforçam cada vez mais que você "precisa" de algo para ser pleno e sentir completude, você entende que a própria busca se torna uma prisão. 
Algumas questões internas podem realmente ser resignificadas, mas algumas se tornam tão intricadas que parecem exercer um poder espiralado em nossa vida, acabamos revisitando constantemente padrões que passam a fazer parte de nós e nos mantém em ciclos de crises. 
Eu passei anos da minha vida acreditando que era alguém infeliz por ser diferente da maioria, por não me encaixar em nenhum grupo, por mais que eu tentasse, me sentindo sozinha e deslocada, como se não pertencesse a lugar algum. Mas, hoje depois de me entregar a este sofrimento tantas vezes e não saber o que fazer para transformar algo que parecia tão irrefutável, eu finalmente encontrei a luz da verdade dentro de mim, provavelmente porque me aprofundei tanto nisto que acabei recebendo os indicativos que precisava para transcender este estado.
 
 DESPERTAR

Entendi que existem crenças que construímos dentro de nós, por conta de nossa personalidade e história de vida que, de tanto serem alimentadas por nossas visões subjetivas e se firmarem em interpretações complexas de nossa experiência de vida, passam a narrar fortemente aspectos da nossa interação com o mundo nos convencendo de que isso é absolutamente verdade. 
Mas, hoje sei que isso é relativo.
Quando compreendemos que não somos o que a nossa mente fala, ampliamos a nossa visão e enxergamos a natureza dos nossos conflitos internos. 
Nossa mente pode muitas vezes estar simplesmente expressando o que os nossos medos dizem, como um escape do nosso mecanismo de defesa, tão apurado que pode realmente nos convencer a definir a nossa existência de acordo com a sua dedução.

LIBERTAÇÃO 

Entender que devo simplesmente aceitar este lado meu, como uma consequência de tudo o que passei, me liberta da necessidade de mudar algo tão complexo do meu ser, me permite enxergar e acolher este lado sombrio com gentileza, em vez de rejeitar o que esteve tentando, mesmo que de um jeito doloroso, tecer significados para a minha vida.
Sentimentos negativos surgem eventualmente, mas cair na tentação de rotular o que sentimos dá um sentido de conservação e permanência em nossas memórias.
O Observador aceita e permite que a energia emocional se modifique naturalmente, sem deixar o campo dos pensamentos interferir neste processo, sem criar identificação. 
Desta forma, nos tornamos conscientes de que temos muito mais potencial de Ser no agora do que no passado, pois estamos livres das antigas interpretações, nos tornamos íntegros no momento presente, encontramos paz interior.


Comentários